sexta-feira, 16 de março de 2007

Virtual - o mundo binário

Fonte:http://www.stockxpert.com/pic/m/m/mi/mike_photo/301952_71137350.jpg

No campo da computação, pode-se definir virtual como tudo o que não é real, que não é palpável, que não é de carne e osso, mas que se encontra sob a forma de uma informação gerada em computador (www.sabbatini.com/renato/correio/gloss.htm).

Normalmente, usa-se o termo "virtual" para designar um sistema de colaboração em rede, como em "ambientes virtuais de aprendizagem", por exemplo, e também para designar sistemas de animação tridimensional em tempo real ou qualquer relacionamento mediado por redes de computador. O espaço virtual é uma área sem definições físicas onde acontecem as trocas de informações entre diferentes sistemas.

A mais famosa definição para “virtual” foi formulada por Lévy. Este autor desmistifica a oposição entre o real e o virtual. Para ele, o virtual está relacionado ao atual: o virtual nunca é atual, mas é sempre atualizado. Por outro lado, o real se assemelha ao possível: o possível acontece e se torna real; o possível é como o real, mais ainda não aconteceu. Por essa definição entende-se que o virtual, no tempo mutável das atualizações, nunca acontece no agora. O virtual necessita do auxílio do tempo para se atualizar, pois, se já fosse atual, não seria mais virtual (http://meiradarocha.jor.br/index.pl/o_mito_do_virtual).

O virtual pode ser comparado a uma operação mental: olhando um quadro figurativo criamos em nossas mentes um "mundo virtual". (http://www.viphostsystem.com/glossario/glossario.html). Este processo de representação mental causada por fenômenos externos é explicado por Charles Peirce, o pai da Semiótica. Para Peirce, signo é algo que está no lugar de outra coisa, representando algo para alguém. Um quadro de paisagem estaria no lugar da paisagem real, por exemplo. Pelo conceito de semiose, a concepção de que o cérebro forma "um mundo virtual" é apenas mais um nível da semiose. Não haveria, então, um "outro mundo" dentro de nossas cabeças, mas apenas um outro nível de significação na cadeia semiótica.

Conceitos complexos à parte, o fato é que a virtualização está presente na vida moderna e sua presença é tão marcante que o torna quase concreto. De acordo com o estudo “2007 Digital Future Project!, elaborado pela Universidade da Califórnia do Sul, cerca de 43% dos internautas norte-americanos que participam de comunidades on-line afirmam que os grupos virtuais de bate-papo são tão importantes quanto aqueles da vida real. Exemplos dessas comunidades são o universo virtual conhecido como Second Life, que já conta com mais de 1,8 milhão de pessoas cadastradas, e o site de relacionamentos Orkut, com 34 milhões de usuários (http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,AA1374071-6174,00.html).

O primeiro indício da virtualização é a sensação de desassossego que sentimos frente às constantes mudanças. A velocidade do sistema on-line faz o tempo parecer cada dia mais estreito. As idéias se atualizam ou são substituídas por outras com muita rapidez, e surge a sensação de que também temos que nos reconstruir dia-a-dia. A velocidade é, no virtual, um ingrediente importante que nos leva a refletir sobre a descartabilidade das coisas no mundo atual (http://www.geocities.com/chistelinhares/ciberesp.htm).

Tudo o que envolve o virtual parece ser muito atraente, mas há uma questão que considero preocupante: muitos internautas, em especial as crianças e adolescentes do mundo de hoje, estão se dedicando muito mais à realidade virtual do que à realidade física... hoje, o convívio social físico vem dando lugar aos relacionamentos on-line. Acredito na importância da revolução da informática, mas é preciso estabelecer limites saudáveis quanto ao seu uso!!!

Concordam?

2 comentários:

Morgana Carvalho disse...

Querida Ana
Simplesmente excelente, a forma de como você abordou o tema. Notei que o que escreveu não foi meramente por acaso, buscou fonte para rechear os conceitos. As aulas de semiótica também valeram muito a pena, não é? Concordo com vc, é preciso ter limites para lidar com esse universo novo de informações, não esquecendo de que vivemos em um mundo ainda com contato constate interpessoal.

Morgana Carvalho disse...

Querida Ana
Simplesmente excelente a forma de como vc colocou o assunto. Notei que não foi meramente por acaso, buscou fonte p/ rechear o conteúdo. As aulas de semiótica valeram a pena, não é? Concordo com vc, é preciso ter limites p/ lidar com esse universo onde a troca de informação é constante, não se esquecendo porém de que ainda vivemos em um mundo onde a relação interpessoal é essencial para nossa sobrevivência.