No campo da computação, pode-se definir virtual como tudo o que não é real, que não é palpável, que não é de carne e osso, mas que se encontra sob a forma de uma informação gerada em computador (www.sabbatini.com/renato/correio/gloss.htm).
Normalmente, usa-se o termo "virtual" para designar um sistema de colaboração em rede, como em "ambientes virtuais de aprendizagem", por exemplo, e também para designar sistemas de animação tridimensional em tempo real ou qualquer relacionamento mediado por redes de computador. O espaço virtual é uma área sem definições físicas onde acontecem as trocas de informações entre diferentes sistemas.
A mais famosa definição para “virtual” foi formulada por Lévy. Este autor desmistifica a oposição entre o real e o virtual. Para ele, o virtual está relacionado ao atual: o virtual nunca é atual, mas é sempre atualizado. Por outro lado, o real se assemelha ao possível: o possível acontece e se torna real; o possível é como o real, mais ainda não aconteceu. Por essa definição entende-se que o virtual, no tempo mutável das atualizações, nunca acontece no agora. O virtual necessita do auxílio do tempo para se atualizar, pois, se já fosse atual, não seria mais virtual (http://meiradarocha.jor.br/index.pl/o_mito_do_virtual).
O virtual pode ser comparado a uma operação mental: olhando um quadro figurativo criamos em nossas mentes um "mundo virtual". (http://www.viphostsystem.com/glossario/glossario.html). Este processo de representação mental causada por fenômenos externos é explicado por Charles Peirce, o pai da Semiótica. Para Peirce, signo é algo que está no lugar de outra coisa, representando algo para alguém. Um quadro de paisagem estaria no lugar da paisagem real, por exemplo. Pelo conceito de semiose, a concepção de que o cérebro forma "um mundo virtual" é apenas mais um nível da semiose. Não haveria, então, um "outro mundo" dentro de nossas cabeças, mas apenas um outro nível de significação na cadeia semiótica.
Conceitos complexos à parte, o fato é que a virtualização está presente na vida moderna e sua presença é tão marcante que o torna quase concreto. De acordo com o estudo “2007 Digital Future Project!, elaborado pela Universidade da Califórnia do Sul, cerca de 43% dos internautas norte-americanos que participam de comunidades on-line afirmam que os grupos virtuais de bate-papo são tão importantes quanto aqueles da vida real. Exemplos dessas comunidades são o universo virtual conhecido como Second Life, que já conta com mais de 1,8 milhão de pessoas cadastradas, e o site de relacionamentos Orkut, com 34 milhões de usuários (http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,AA1374071-6174,00.html).
O primeiro indício da virtualização é a sensação de desassossego que sentimos frente às constantes mudanças. A velocidade do sistema on-line faz o tempo parecer cada dia mais estreito. As idéias se atualizam ou são substituídas por outras com muita rapidez, e surge a sensação de que também temos que nos reconstruir dia-a-dia. A velocidade é, no virtual, um ingrediente importante que nos leva a refletir sobre a descartabilidade das coisas no mundo atual (http://www.geocities.com/chistelinhares/ciberesp.htm).
Tudo o que envolve o virtual parece ser muito atraente, mas há uma questão que considero preocupante: muitos internautas, em especial as crianças e adolescentes do mundo de hoje, estão se dedicando muito mais à realidade virtual do que à realidade física... hoje, o convívio social físico vem dando lugar aos relacionamentos on-line. Acredito na importância da revolução da informática, mas é preciso estabelecer limites saudáveis quanto ao seu uso!!!
Concordam?
2 comentários:
Querida Ana
Simplesmente excelente, a forma de como você abordou o tema. Notei que o que escreveu não foi meramente por acaso, buscou fonte para rechear os conceitos. As aulas de semiótica também valeram muito a pena, não é? Concordo com vc, é preciso ter limites para lidar com esse universo novo de informações, não esquecendo de que vivemos em um mundo ainda com contato constate interpessoal.
Querida Ana
Simplesmente excelente a forma de como vc colocou o assunto. Notei que não foi meramente por acaso, buscou fonte p/ rechear o conteúdo. As aulas de semiótica valeram a pena, não é? Concordo com vc, é preciso ter limites p/ lidar com esse universo onde a troca de informação é constante, não se esquecendo porém de que ainda vivemos em um mundo onde a relação interpessoal é essencial para nossa sobrevivência.
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