Bem, é um conceito extenso, mas que, a meu ver, ajuda na compreensão do tema, afinal, o livro Neuromancer, escrito por Gibson, traz uma ficção que hoje está muito próxima da realidade.
Vou tentar estabelecer aqui um conceito bem simples para Ciberespaço e Cibercultura, baseado no que andei lendo a respeito.
O Ciberespaço é um espaço virtual composto por diversas mídias que existe apenas no plano dos dados computacionais, analógicos ou outros. Neste espaço virtual é possível projetar uma nova realidade quase tão complexa quanto o mundo que conhecemos fora dos computadores. No Ciberespaço, pessoas de qualquer lugar do mundo se interagem e podem criar um espaço pessoal, com suas características pessoais (blogs, fotoblogs, etc.). Como disse Gibson, é um mundo composto por redes de computadores onde qualquer tipo de informação pode circular.
A Cibercultura se desenvolveu a partir dos anos 70 com o avanço da tecnologia e o surgimentos dos computadores pessoais. Pierre Lévy, citado no ensaio A Cibercultura e o Surgimento de Novas Formas de Sociabilidade (http://www.cfh.ufsc.br/~guima/ciber.html), explica o virtual como "uma nova modalidade de ser" resultante do processo de virtualização. O Ciberespaço pode ser entendido como a virtualização do real, uma transportação da realidade física para um mundo sem território onde o tempo e o espaço são variáveis e tudo é atualizável.
A cultura norte-americana, por exemplo, tem gerado grande impacto no mundo físico, influenciando hábitos e costumes do mundo inteiro. Igualmente, a "realidade virtual" afeta e transforma a realidade física, impactando o imaginário humano, alterando nossa forma de agir e de representar e, ainda, alterando as práticas sociais, a vivência urbana e a forma como a informação é produzida e consumida.
Aconselho que leiam o artigo Cibercultura e Mobilidade: a Era da Conexão (http://www.cem.itesm.mx/dacs/publicaciones/logos/anteriores/n41/alemos.html). Nele é citado um trecho revelador de David Weinberger: "Não estamos na era da informação. Não estamos na era da Internet. Nós estamos na era das conexões. Ser conectado está no cerne da nossa democracia e nossa economia. Quanto maior e melhor forem essas conexões, mais forte serão nossos governos, negócios, ciência, cultura, educação..."
É isso aí... a cada conexão, o internauta entra em um ciberespaço econtribui para a criação e o desenvolvimento de uma cultura virtual que, cada dia mais, interfere em nosso mundo físico e em nossa visão sobre o nosso mundo e sobre nós mesmos.
Loucura, né? Ou não?